São vários os motivos que podem levar as pessoas a procurar a terapia individual. Seja pela reincidência das doenças psicossomáticas, conhecidas no senso comum como crônicas, ou de fundo emocional. Os motivos também podem ser na área relacional no ambiente familiar, escolar, profissional, entre outros.

Alguns outros motivos que levam essa procura podem ser por complexos inconscientes, em virtude de transtornos de ansiedade ou depressão.

A busca pelo auto conhecimento também é um motivo muito plausível, o que não constitui um problema menor do que nenhum outro já citado.

Considere a seguinte ilustração para entender a terapia de casal: Imagine que você é um viajante que está atravessando um estado inteiro. Para cumprir esta tarefa você tem mapas que indicam rotas. Entre estas rotas existem aquelas que você está fortemente identificado, pois foram as rotas ensinadas por seus pais, sendo assim, não importará muito se tais caminhos são mais longos, esburacados ou perigosos. Já que, por força da identificação, ou por características genéticas, ou ainda por comportamentos modelados, fica difícil conceber rotas alternativas.

Então, certo dia, você conheceu uma pessoa fantástica, que tem tudo a ver com você, inclusive, também se propõe a cruzar o estado. Assim como você, ela também traz um mapa cheio de rotas destacadas, entretanto, não são as mesmas que você conhece. Suas rotas têm outras paradas, passam por lugares diferentes, alguns até classificados por você como "estranhos e inadequados".

A harmonia entre o casal de viajantes só acontecerá quando entenderem que uma caminhada a dois demanda consenso, não estando em jogo a "rota preferida" de um ou de outro, mas o caminho que ambos precisam construir juntos.

Desta forma, a Terapia de casa se propõe a acompanhar estes viajantes no desafiador e complexo processo de construção de um novo caminho.

A Terapia de Família tem sido, cada vez mais, vista como necessidade entre aqueles que se lançaram à incrível dinâmica de construção de seu próprio núcleo familiar, seja em virtude da fluidez das relações, seja por incompatibilidade de comportamentos, conflitos com filhos adolescentes, ciúmes, ou até mesmo para aplacar a dor psíquica daquele que sofre na relação com o cônjuge, mas não admite a hipótese de colocar um fim na relação conjugal.

Após trinta anos de casamento, tendo criado um casal de filhos, dos quais tenho muito orgulho, percebi que esta caminhada me proporcionou o exercício da aceitação das várias possibilidades de percepção do outro. Assim, apesar de a família ser compreendida como uma unidade, seus integrantes são diferentes, o que nos desafia a desenvolver mudanças, fazendo surgir novos olhares e perspectivas diante de comportamentos e circunstâncias referentes ao relacionamento no grupo familiar.

Se um corpo tem um órgão doente, na verdade, todo o corpo está doente. Com a família não é diferente. Um membro que passar por "problemas" não pode ser tratado como um problema individual, mas sim, entendido como sintoma dos múltiplos significados da dinâmica familiar, onde todos são participantes na manutenção dos conflitos.

Portanto, a terapia de família tem como objetivo proporcionar que cada integrante daquele núcleo desenvolva a capacidade de refletir sobre seus próprios estados subjetivos e considerá-los em diferentes perspectivas, com fim na convivência saudável, colaborativa e harmoniosa.