depressão - SINTOMAS e tratamentos de UM EPISÓDIO DEPRESSIVO

Neste resumo, descrevo os sintomas que demarcam um episódio depressivo, bem como a forma de tratamento, segundo a psicologia analítica.
 
Em um episódio depressivo, a pessoa se descreve como aquela que está sem energia, com níveis bastante reduzidos de autoestima e auto confiança; está sempre de mau humor, desanimada na área profissional, irritando-se facilmente nas relações cotidianas, mesmo com as pessoas de afeto. Tudo que, outrora, era visto com interesse e prazer deixa de fazer sentido, uma baixa significativa nos processos de pensamento e memorização tomam a cena. Vestir, comer, beber, tomar banho tornou-se muito complexo. Nos hábitos alimentares podem ocorrer dois tipos de alterações: ou a pessoa passa a comer demais e engordar, ou perde o apetite e emagrece repentinamente; de forma semelhante, ocorre nos hábitos vigília sono: ou a pessoa tem insônia quase todos os dias ou hipersonia, ou seja, passa a dormir além do normal quase todos os dias.
 
No entanto, é necessário distinguir entre depressão e tristeza. Todas as pessoas, em algum momento da vida, podem experimentar um episódio de tristeza mais acentuado, porém passageiro, sendo em poucas semanas superado. Tal fato não acontece com um episódio depressivo, que é duradouro e os sintomas passam a interferir de forma significativa nas diversas áreas da vida. Geralmente, pessoas com depressão não admitem, no primeiro momento, que estão passando por um episódio depressivo. de igual modo, parentes e amigos do depressivo, muitas vezes, resistem em aceitar o quadro e acabam minimizando ou adiando o enfrentamento com os discursos: “isso é coisa da sua cabeça, vai passar”, “você só está estressado”, “se descansar, melhora”, “precisa se distrair mais”.
 
Muito embora a depressão seja conhecida desde o tempo de hipócrates, o pai da medicina, como “melancolia”, ainda hoje há muitas incógnitas a serem respondidas num episódio depressivo. por exemplo, para a medicina, há fatores genéticos, fatores psicológicos, fatores ambientais (como o estresse), e ainda alterações fisiológicas envolvidos numa crise depressiva. alguns se contentam em resumi-la a causas bioquímicas. No entanto, há também aqueles, como eu, que entendem que a depressão não é causada pelos fatores bioquímicos, como as mudanças nos níveis dos neurotransmissores, mas que essas mudanças já são consequência da própria mente deprimida. Nem é complicado defender esta tese, uma vez que a mente não está dissociada do corpo, mas forma com ele um todo integrado, e, por isso, a mente tem, sim, condições de influenciar em todos os processos fisiológicos. De outro giro, não há dúvidas que um transtorno depressivo é uma doença que deva ser tratada de forma multidisciplinar, devendo o psiquiatra e o psicólogo estarem envolvidos neste processo.
 
A psicologia analítica vê a depressão como o sintoma de um sofrimento psíquico, logo a busca do conhecimento das questões inconscientes faz-se necessária.
 
À luz desta abordagem, tornam-se paliativas todas as tentativas de se tirar a tristeza através de mudança de estilo de vida, viagens, presentes e até mesmo pela via medicamentosa, já que os conteúdos inconscientes não desapareceriam.
 
A terapia analítica auxilia o depressivo no processo de cura, clarificando os conteúdos inconscientes, proporcionando-lhe condições de voltar a viver, entendendo e enfrentando a tristeza, para por fim superá-la. Dos vários caminhos para o tratamento da depressão, acredito ser este o mais eficaz, com resultados mais duradouros.